Planejamento, Programação e Controle da Produção

• Visão histórica do PPCP;
• previsão de demanda;
• o programa mestre;
• programas auxiliares;
• MRP I e MRP II;
• planejamento da produção.

Nesta aula, temos por objetivo conhecer alguns conceitos-chave do PPCP: Planejamento Estratégico da Produção, Plano de Produção, Planejamento-Mestre de Produção (PMP) e Gestão de Estoques. Além de conhecer os conceitos, será possível entender como aplicá-los na rotina do sistema produtivo, compreendendo a relação entre o planejamento das várias ações necessárias, a fim de que se possa efetivar a produção de um determinado item. Assim, também é objetivo desta aula entender a elaboração dos vários planos e planejamentos aqui conceituados, bem como perceber a relevância de conhecer ferramentas de gestão de estoques que dão suporte às ações planejadas.

As estratégias de produção, conforme Tubino (1999), devem fornecer à empresa características produtivas, as quais devem suportar, assim como as demais áreas organizacionais, a busca de vantagem competitiva. Para tanto, são estabelecidos alguns parâmetros de desempenho que a organização deve atingir, denominados de “critérios de desempenho”. Os critérios de desempenho são itens relevantes para a manutenção de vantagem competitiva. Uma vez que a empresa define com quais critérios de desempenho pretende trabalhar, surge a necessidade de definir as ações em cada uma das áreas de decisão do processo produtivo. As ações definidas devem ser coerentes com os critérios de desempenho escolhidos.

Estruturada a estratégia de produção, pode-se elaborar um plano de longo prazo direcionando os recursos do processo produtivo para o alcance das estratégias planejadas. Este plano é denominado de “Plano de Produção”. O Plano de Produção serve como apoio para projetar níveis de produção, de estoques, de recursos humanos, de máquinas e instalações necessários para atender à demanda de bens e serviços em determinado período. Para tê-lo em mãos, é preciso realizar uma análise estratégica referente à produção, que provém do diagnóstico estratégico da organização como um todo. Então, o Plano de Produção é resultado das decisões estratégicas da empresa. Para preparar um Plano de Produção, o planejador irá se valer de suas experiências anteriores em relação ao produto. Há a possibilidade de usar técnicas matemáticas, mas o mais comum é utilizar técnicas informais de tentativa e erro.

O Planejamento Mestre da Produção, de acordo com Tubino (1997), é o encarregado de desmembrar o Plano Estratégico da Produção em planos específicos de produtos acabados, direcionando, assim, as etapas de programação e de execução das atividades operacionais da empresa (montagem, fabricação e compras). Como resultado, tem-se um plano, denominado de Plano Mestre de Produção (PMP). O PMP transforma as informações do Plano de Produção (de longo prazo) em informações para as atividades operacionais do dia a dia da produção. Assim como o Plano de Produção, o PMP também é obtido por meio de tentativa e erro. Inicia-se um plano e busca-se verificar a disponibilidade de recursos para a sua execução. Caso seja viável, ele é autorizado; em caso contrário, o PMP é refeito, até que se chegue a uma solução adequada. Para a elaboração do Plano Mestre de Produção, utiliza-se planilhas com as informações necessárias para sua execução.

Uma boa gestão de estoques pode atenuar os efeitos negativos que essa área causa nas organizações. Problemas como o comprometimento de recursos monetários e de espaço, de danificação de itens em estoque, entre outros podem ser amenizados se as decisões sobre o estoque forem corretas. Para uma gestão adequada dos estoques, é útil classificá-los, projetando os níveis de estoque de segurança no sistema produtivo. Quanto à classificação de estoques, usualmente se usa a curva ABC, ferramenta que consiste em separar os itens por classe, de acordo com sua importância relativa dentro do processo produtivo. Quanto ao estoque de segurança, ou estoque mínimo, há a necessidade de se estabelecer um nível aceitável de estoques para absorver variações na demanda durante o tempo de ressuprimento, ou variações no próprio tempo de ressuprimento.

Uma decisão importante relativa aos estoques em PPCP refere-se ao tamanho do lote que será preciso fabricar para atender à demanda e garantir o mínimo custo para a fabricação dos produtos. Assim, a determinação do tamanho dos lotes de compra ou fabricação depende da análise dos custos envolvidos no sistema de reposição e armazenagem dos itens. O melhor lote de reposição, segundo Tubino (1997), é chamado de “lote econômico”, pois consegue minimizar os custos totais. Complementando esta ideia, Santos (2015) comenta que o lote econômico é a quantidade ideal de material a ser adquirida em cada operação de reposição de estoque, na qual o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de estocagem, é mínimo para o período considerado.

Nesta aula, tratamos de conceitos-chave para o PPCP – os vários planejamentos e planos, bem como a gestão de estoques, no sistema produtivo. Podemos observar que há uma sequência de atividades que precisa ser realizada para que as ações ocorram de maneira eficaz na produção. Inicia-se a sequência com o Planejamento Estratégico da Produção, em que decisões de longo prazo da empresa influenciam nas ações da produção para sustentar as estratégias gerais. Logo a seguir, transforma-se as estratégias de produção em plano de longo prazo para ações específicas no sistema produtivo, o Plano de Produção. O Plano de Produção, por sua vez, será ligado às situações operacionais do sistema produtivo, por meio do Plano Mestre de Produção. Verificou-se, ainda, a questão da Gestão de Estoque, diretamente relacionada aos planos produtivos, com destaque para o estoque mínimo, a priorização dos estoques por meio da curva ABC e o lote econômico.

Nesta aula de PPCP, conhecemos alguns conceitos-chave: Planejamento Estratégico da Produção, Plano de Produção, Planejamento Mestre de Produção (PMP) e Gestão de Estoques. Além de conhecer os conceitos, também verificamos como aplicá-los na rotina do sistema produtivo. Finalmente, pudemos entender a elaboração dos vários planos e planejamentos e o uso de ferramentas de gestão de estoques.